Brinquedo Popular Brasileiro

 

Brinquedos que Moram nos Sonhos - Plano curatorial

 

Organização da exposição - para uma melhor visualização e entendimento de toda a riqueza e diversidade do universo dos brinquedos populares, a exposição será dividida em seções-tema ou salas, conforme descrito abaixo:

01 - Sala dos brinquedos. São aqueles brinquedos mais comuns, mais fáceis de serem encontrados nas feiras livres e nos mercados de artesanato e por isso, os que mais frequentemente são desfrutados no dia-a-dia. Constituem-se, em sua maior parte, em representações do mundo real: bonecas, casinha e mobília de boneca, bichos, veículos sobre rodas, trens, aviões e demais voadores, barcos e brinquedos de cabo e de cordinha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

02 - Sala dos sonhos . Esta seção-tema será dividida em diversas subseções, cada uma delas dedicada a um artista popular específico. O seu diferencial é que, em suas criações, estes artistas não se limitam a simplesmente reproduzir os seres e objetos da vida real. Criam à partir da sua imaginação e de seu mundo pessoal de fantasias e sonhos.

Alguns dos nomes apresentados nesta sala: Mestre Cunha, Dona Lindalva, Nilson de Viçosa, Zé Gomes, Ana Andrade, Zezinho, Dona Josefa, Fred e Deise, Babá Santana, Manuel Maurício, entre outros.

03 - Sala do espetáculo. Aqui estarão todos os brinquedos e representações dos universos do circo; dos parquinhos de diversões; dos teatrinhos de fantoches, marionetes e mamulengos;dos espetáculos em geral e também das festas populares.

04 -Sala do medo. A ideia inicial era montar uma seção-tema com representações dos seres míticos e fantásticos do folclore brasileiro - saci-pererê, cuca, babau, boitatá, caipora, mula-sem-cabeça, curupira, papa-figo e etc. Na medida em que a pesquisa avançou, percebemos a existência de enorme e riquíssima variedade de criações de artistas populares, dando forma, volume e cores a seres que habitam exclusivamente as suas imaginações e também representações de seres pertencentes às mitologias e literatura universais - merlin, medusa, xupacabra, bruxas, extra-terrestres, vários tipos de demónios, a morte em diversas representações e etc.

05 - Sala dos desafios.Jogos e desafios são brinquedos que, não pertencendo ao mundo real, também não podem ser classificados como pertencentes ao universo dos sonhos ou representações. Constituem-se num importantíssimo mundo à parte - pião, peteca, futebol de peteleco, bola de gude, cinco marias, ioiô e etc. Nessa seção-tema, além dos jogos e dos desafios, também estará presente uma grande variedade daqueles que, na falta de outro nome, definimos simplesmente como curiosos - vai-vem, mané-gostoso, roi-roi, cisca-galinha, desce-escada e etc.).

06 - Sala dos reciclados. Aqui e sob essa denominação genérica, estarão todos os tipo de brinquedos construídos à partir de de sobras e sucatas da sociedade industrial e da vida urbana. Atualmente este é o único segmento em expansão dentro do universo do brinquedo popular. Nesta seção-tema, além de um setor destinado a autores diversos, haverá espaço para subseções dedicadas a artistas recicladores específicos, que se destacam pela sua criatividade ou pela mestria apresentada em suas obras. Alguns dos nomes: Getúlio Damado, Paulo Carneiro, Efigênia Rolim e Zé Raimundo.

07 - Sala das representações. O universo lúdico infantil pelas mãos de reconhecidos artistas populares. Alguns dos artistas com obras expostas: João das Alagoas, Sil, Nena, Manoel Eudócio, Luiz Antonio de Caruaru, Rosângela Borges, Luiz Benício, Edna Batista, Nilson de Viçosa, Maria do Socorro e As Marias do Ceará.

08 - Instalações multi-temáticas. Espalhados por diversos espaços e áreas de circulação da exposição serão construídas instalações, com  mesclagens dos diversos tipos de brinquedos e nas quais também serão utilizados elementos naturais como terra, areia, pedras, água, folhas, troncos, plantas e etc., de forma a sugerir um arraial, um quarto de criança, uma trecho de mata, um caminhão de mudanças, uma ferrovia e etc.

Mecanização - algumas entre as representações e brinquedos expostos, tem movimentos mecânicos acionados eletricamente: rodas-gigantes giram com luzes acesas; representações de teatrinhos de mamulengo tem "atores" em ação; no forró dos bichos o trio nordestino toca e os oito casais dançam; alguns dos cataventos tem movimento giratório; as bicicletinhas são montadas sobre um eixo mecanizado, de maneira a acionar os movimentos de pedalar e balançar as cabeças do ciclistas, e etc.

 

Cenografia - O design e a confecção do mobiliário terão a assinatura do cenógrafo e artista plástico Joãozito e a cenografia será da autoria do pintor, escultor e museólogo Antonio Miranda.

As diversas seções-tema da exposição deverão receber tratamento cênico envolvente, estimulante e coerente com as suas temáticas. Assim, os veículos sobre rodas, por exemplo, serão expostos sobre viadutos, túneis e rodovias, com aclives, declives, curvas e cruzamentos. As bonecas e mobília de boneca terão a ambientação de um interior de uma casa. O diversos displays e vitrines terão o formato de casinhas. Os aviões e demais voadores deverão ser expostos flutuando no ar, presos por fios, contra um fundo de céu azul. Os barcos estarão "navegando e flutuando" num lago de azul. A sala do medo será montada num espaço semi-fechado, com ambientação escura e iluminação incidental somente sobre as figuras expostas.

Outro aspecto relevante da curadoria é a opção pela utilização mínima de vidros, acrílicos e similares nos elementos cênicos, prateleiras, bases e displays, de modo a possibilitar uma maior proximidade psicológica e física entre o público e os brinquedos expostos.

Alguns brinquedos e ambientes deverão contar com efeitos sonoros especiais.

A montagem das exposições ficará a cargo da Blade Produções.

Textos - a exposição deverá contar com três textos ilustrando o seu catálogo e também as suas paredes: o do colecionador e co-curador David Glat, abordando aspectos vivencias e curatoriais da coleção e da exposição; uma apresentação de Sylvia Athayde, diretora do Museu de Arte da Bahia e também curadora da exposição e o do prof. Paulo de Salles Oliveira, com enfoque no fazer manual e resistência.

Visitas monitoradas - os monitores serão devidamente treinados para acompanhar grupos de estudantes, turistas, idosos e visitantes em geral, oferecendo uma vasta gama de informações sobre os brinquedos expostos e os seus criadores. Estarão também aptos a realizar pequenas dinâmicas com as crianças.

Atividades lúdicas e educativas - Ao longo de todo o período da exposição será oferecida ao público infantil uma série de oficinas, apresentações musicais e espet[aculos de teatrinho e teatro de bonecos. Será criada uma "sala de brincar" onde será disponibilizada uma grande variedade de brinquedos populares.

Transporte patrocinado - Ao longo de todo o período de aulas, será oferecido transporte gratuito aos alunos das escolas públicas de Salvador e da periferia, através de ônibus especialmente fretados.

Observação: as fotos acima, que ilustram este plano curatorial, apesar de apresentarem imagens de brinquedos e representações que fazem parte da coleção, e que portanto participarão da exposição, são apenas ilustrativas. Foram feitas em estúdio e não correspondem nem ao projeto de iluminação e nem à proposta da montagem cenográfica da exposição.

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